Manuel de Andrade / Armando Augusto Freire *fado da adiça*
Repertório de Célia Leiria
Há horas, há tantas horas
Nas horas que a vida tem
E às vezes em poucas horas
Vivem-se vidas também
Nas horas que te esperei
Eu contei horas sem fim
Tantas horas que nem sei
Se ainda há horas p’ra mim
O tempo marca os seus passos
Nas horas que nós contamos
E nós deixamos os traços
Dos passos que nela damos
A vida tem horas certas
São portas que nós fechamos
Não ficam portas abertas
Prás horas que atrás deixamos
Se as portas e (em) tantas horas
Ficaram todas fechadas
Às vezes, em poucas horas
Ganham-se as horas passadas