-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

. . .

7090 LETRAS <> 3.082.000 VISITAS em FEVEREIRO 2024

. . .

O inverno da vida

Rogério do Carmo / Jorge Fernando
Repertório de Amália Rodrigues

Fui ao mato buscar lenha
Para atiçar o meu borralho
Ai de quem ri e desdenha
Do resquilho e do cascalho;
Fui ao mato buscar lenha
Para atiçar o meu borralho

Ai o Inverno gelado da vida 
Das folhas caídas já mortas
Ninguém que nos dê guarida 
Trancadas todas as portas
Ai o Inverno gelado da vida 
Das folhas caídas já mortas

Fecho os olhos para não ver 
Este Inverno que vai chegando
Como as águas no rio a correr 
Como um peixe no mar s’afogando
Fecho os olhos para não ver 
Este Inverno que vai chegando

O inverno vai chegando no ar 
O inverno já no ar no ar chegou
E o tempo implacavelmente a rodar 
Nunca nada me deu nada me deixou
O inverno vai chegando no ar 
O inverno já no ar no ar chegou!

Ai Primaveras dos tempos que lá vão 
Das loucas fantasias desabridas
Da terra fecunda a germinar o pão 
Das searas a ondular já floridas
Ai Primaveras dos tempos que lá vão 
Ai loucas fantasias já perdidas

Ai Verões à beira-mar plantados 
Dos marujos assobiando ao passar
Ai guitarras e fados bem trinados 
Ai beijos d’amor ai noites de luar
Ai Verões à beira-mar plantados 
Das varinas gingando a apregoar

Ai tardes de sol e ramboiadas 
Ai passeios de Lisboa do Chiado
Ai naus por mim nunca navegadas 
Ai Tejo em meus olhos debruçado
Ai tardes de sol e ramboiadas 
Ai passeios de Lisboa do Chiado

Adeus Outono d’oiro mal chegado 
E nos ventos agrestes repartido
E neste Inverno triste enregelado 
Nas cinzas deste fosco entardecer
No sulco profundo arado 
No silêncio do cipreste denegrido
Esta minha sede imensa de viver