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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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O remorso

Linhares Barbosa / Alfredo Duarte *marceneiro*
Repertório de Alfredo Marceneiro

Batem-me à porta, quem é?
Ninguém responde... que medo
Que eu tenho de abrir a porta
Deu meia-noite na Sé
Quem virá tanto em segredo
Acordar-me a hora morta?

Batem de novo, meu Deus! 
Quem é, tem pressa de entrar
E eu sem luz, nada se vê
A Lua fugiu dos céus 
Nem uma estrela a brilhar
Batem-me à porta, quem é?

Quem é? quem é? que pretende? 
Não abro a porta a ninguém
Não abro a porta, ´inda é cedo
Talvez seja algum doente 
Ou um fantasma, porém
Ninguém responde, que medo

Será o fantasma dela 
Da que matei, não o creio!
A vida, a morte que importa

Se espreitasse pela janela 
Jesus! Jesus, que receio
Que eu tenho de abrir a porta

Feia Noite de Natal 
A esta hora o Deus Menino
Já nasceu na Nazaré
Não há perdão para meu mal 
Calou-se o Galo, e o sino
Deu meia-noite na Sé

Continuam a bater 
Decerto que é a Justiça
P’ra conduzir-me ao degredo
Matei, tenho de morrer 
Oh! minha alma assustadiça
Quem virá tanto em segredo?

Seja quem for, é um esforço 
Vou-me entregar que tormento
Que me vence e desconforta
Ninguém bateu! Oh! remorso 
Não é ninguém, é o vento
Acordar-me a hora morta