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Olhos fatais

Armando Neves / Alfredo Marceneiro *fado bailado*
Repertório de Alfredo Marceneiro


Que sorte que Deus me deu
Que p'ra sempre hei-de lembrar
Embora não seja ateu
Julguei encontrar o céu
Na expressão do teu olhar

Mas deitaste-me ao deserto 
Neste mundo enganador
Hoje o teu olhar incerto 
Já não é um livro aberto
Onde eu lia o teu amor

Enganaste os olhos meus 
Nunca mais te quero ver
Meus olhos dizem-te adeus 
Teus olhos não são dois céus
São dois infernos a arder

Coração p’ra amar a fundo 
Outro coração requer
Se há tanta mulher no mundo 
Vou dar este amor profundo
Ao amor doutra mulher
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Versão Original
Do livro *Poetas do Fado Tradicional* 
De: Daniel Gouveia e Francisco Mendes

Que sorte que Deus me deu
E que sempre hei-de lembrar

Embora não seja ateu
Julguei encontrar o céu
Na expressão do teu olhar

Neste mundo, mar de escolhos 
Unimos nossos destinos
E nesta vida de abrolhos 
Para mim teus lindos olhos
Eram dois céus pequeninos

No espelho do teu olhar 
Vi dois céus em miniatura
E para mais me encantar 
Vão-se neles mirar
A minha própria ventura

E tão mística atracão 
Tinha o teu olhar profundo
Que em sua doce expressão 
Era um manto de perdão
Sobre as misérias do mundo

Mas deitaste-me ao deserto 
Deste mundo enganador
Pois o teu olhar incerto 
Já não é um livro aberto
Em que eu lia o teu amor

Enganaste os olhos meus 
Nunca mais te quero ver
Meus olhos dizem-te adeus 
Teus olhos não são dois céus
São dois infernos a arder

Coração para amar a fundo 
Outro coração requer
Se há tanta mulher no mundo 
Vou dar este amor profundo
Ao amor doutra mulher