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As letras publicadas referem a fonte de extração, ou seja: nem sempre são mencionados os legítimos criadores dos temas aqui apresentados.
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Varina de olhar gaiato

Manuel de Almeida / Popular c/arranjos de Manuel de Almeida
Repertório de Manuel de Almeida 
Este tema também foi gravado com o título *varina de Lisboa"
A última estrofe não foi gravada

Varina de olhar gaiato
Insinuante varina
Tu és o vivo retrato
Dessa Lisboa traquina

Dessa gente humilde e sã 
Do meu bairro sonhador
Tu és o despertador 
Ao despertar da manhã;
Risonha, alegre e louçã 
Sempre picante no trato
Há lá viela ou recato 
Que o teu pregão não aqueça;
Que esse olhar não endoideça
Varina de olhar gaiato

Quem é, quem é, que adivinha 
Quantos segredos de amor
Tu ocultas com fervor 
Dentro dessa canastrinha;
Lamento, por sorte minha 
Ser tão pobre por má sina
Senão, dava-te, ladina 
Se possuísse, um tesoiro;
Uma canastrinha d’oiro
Insinuante varina

Falte embora a luz da Lua 
Deixe o sol de brilhar
Mas não deixes de passar 
Um só dia à minha rua;
Pois somente a graça tua 
Mais do que o sol ilumina
Minha rua pequenina 
Onde levas a voz fresca
Toda a graça pitoresca
Desta Lisboa traquina

Se à espera duma traineira 
Tu apareces na lota
Lembras alegre gaivota 
A voejar na Ribeira
Não olhes dessa maneira 
Que apesar de eu ser sensato
Fazes-me perder o tato 
E um dia não sei que faça
Dos mil encantos da raça
Tu és o vivo retrato